Entrevista com o organizador do Fantaspoa João Pedro Fleck

Edição deste ano do Festival teve mais de mil filmes inscritos

O Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre (Fantaspoa) chega, neste ano, a sua 12a edição. Neste ano, mais de mil filmes de todo o mundo se inscreveram para participar do festival, que vai rolar entre os dias 13 e 29 de maio, no Centro Histórico da capital gaúcha.

Os organizadores ainda não divulgaram, no entanto, os filmes que serão exibidos no XII Fantaspoa. O blog FICÇÃO TERROR teve um rápido bate-papo com um dos organizadores do festival, João Pedro Fleck, que criou o Fantaspoa há 12 anos.

Fleck fez uma breve análise sobre o cinema de terror no Brasil, mas não quis adiantar a programação do festival, que só será divulgada no próximo mês.

Fleck (de chapéu) com Nicolas Tonsho,
o outro organizador do Fantaspoa

Veja a entrevista:

FT: O Fantaspoa está em sua 12a edição. Pode nos dizer o que mudou nesses 12 anos, tanto no festival quanto no cenário do cinema de gênero no Brasil?
JPF: O festival cresceu bastante ao longo dos seus 12 anos. Nós fizemos cinco edições sem qualquer patrocínio e a partir do sexto fomos patrocinados. Nos últimos quatro anos - e com prazer neste ano de 2016 - contamos com a apresentação da Petrobras, que permite que realizemos um festival maior, com mais convidados e de alta relevância, nacional e internacional. Desde 2015, somos membros da associação europeia Meliès, que congrega os 22 maiores festivais de cinema fantástico do mundo e isso é algo que vai além de qualquer expectativa que tínhamos 12 anos atrás. O cinema de gênero no Brasil está se desenvolvendo, assim como diversos outros filmes de cinema independente. Ainda falta termos um "grande" filme de cinema de gênero atual, que acabe despertando mais a atenção de produtores. Mas, ainda assim, alguns diretores que vêm despontando no âmbito nacional e internacional colaboram bastante para isso. A animação indicada ao Oscar este ano, O Menino e o Mundo, é um filme de cinema de gênero, que já indica como estamos evoluindo.

FT: Se existisse um prêmio especial de melhor filme de todas as edições do festival, qual seria o vencedor ou vencedores?
JPF: Não existe e nunca existirá. O festival é muito importante para nós e a verdade é que nós acabamos verdadeiramente nos envolvendo com os filmes. Passados estes 12 anos, além de termos exibido mais de 1.200 filmes, nós trabalhamos diretamente em quatro produções, então o que existe para nós é uma afinidade com esta atividade a qual resolvemos nos dedicar, que é a criação e desenvolvimento de um festival único no Brasil.

FT: O festival costuma ter centenas de inscrições. É verdade que você assiste pessoalmente a todos os filmes para fazer a seleção? Como você consegue?
O festival conta com mais de 800 filmes inscritos anualmente. Eu e o Nicolas dividimos as atividades e contamos com alguns outros colaboradores, nacionais e internacionais. É uma tarefa bastante árdua, mas altamente compensadora, pelo resultado que apresentamos a cada ano.

Cartaz do XII Fantaspoa

FT: O que poderemos esperar do Fantaspoa 2016? Alguma novidade?
JPF: A programação do fantaspoa será revelada ao longo do mês de abril, mas os fãs do gênero, do festival e de cinema em geral certamente vão apreciar o que apresentaremos.

FT: Temos tido uma boa safra de filmes de terror saindo recentemente no país. Podemos citar Condado Macabro e O Diabo Mora Aqui. O que você acha da produção brasileira recente nesse gênero cinematográfico?
JPF: É interessante ver o desenvolvimento conforme mencionei acima, pelo fato de que os filmes estão sendo reconhecidos e sendo lançados nas salas e nos canais de televisão, vemos que a mentalidade dos produtores e selecionadores de conteúdo está mudando e o gênero está sendo mais bem aceito.